Eventos climáticos graves tendem a ficar mais frequentes.
População vulnerável, em áreas de risco, também aumenta.
Para governo, ciclone da semana passada foi o pior desastre natural em 40 anos.
Imagem aérea de Gravataí após passagem de ciclone extratropical no RS Reproduçao/RBS TV Quase uma semana depois, o Rio Grande do Sul ainda vive o impacto do ciclone extratropical que causou 16 mortes e causou destruição em dezenas de cidades.
Para o governo do estado, foi desastre natural mais grave em impacto humano em 40.
Massa de ar polar? Ciclone extratropical? Subtropical? Entenda o que são esses fenômenos Para o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), o fenômeno se soma à lista de eventos extremos registrados no estado, e que podem se tornar cada vez mais frequentes, como analisa o coordenador-geral de Pesquisa e Desenvolvimento do Cemaden, José Marengo, em entrevista ao g1.
Yakecan: vento forte causou danos no estado em 2022 RBS TV/Reprodução Ele lembra a tempestade Yakecan, com ventos de quase 100km/h e queda brusca de temperatura em maio de 2022.
A passagem do fenômeno não registrou mortes.
E também o furacão Catarina, que trouxe estragos no Litoral Norte do RS e provocou óbitos.
No levantamento do governo do estado, também é pontuada a tempestade downburst em Porto Alegre, em fevereiro de 2016.
Milhares de moradores ficaram sem luz e os ventos superaram os 100 km/h naquela ocasião.
Para avaliar quais foram os eventos naturais mais graves do estado, José Marengo explica que deve-se levar em conta além do fator climático, os danos humanos e a situação da população.
"Foi um fenômeno intenso, sim, mas o primeiro que acontece, não", afirma.
"Mas agora parece que os impactos são maiores, porque a população afetada foi maior".
Ele considera que a vulnerabilidade da população está aumentando.
"Você vê as pessoas morando em áreas vulneráveis.
Os impactos também podem ser mais frequentes", diz.
Mesmo assim, ele alerta.
"Não significa que nós tivemos agora um e que no inverno venha outro mais forte".
Moradores de Porto Alegre encontram árvores caídas por todos os lados em 2016 Joyce Heurich/G1 RS "Existe uma tendência para que esses ventos extremos aconteçam mais frequentemente no futuro, mas não temos um histórico como, por exemplo, nos Estados Unidos, em que existe histórico de furacões desde 1850", afirma.
O aumento da temperatura global e regional é o que aumenta os riscos.
"Isso tende a acelerar a circulação e por isso teríamos mais chuvas intensas concentradas em poucos dias com períodos secos intercalados e que podem levar a secas, e também afetar frequência e intensidade de fenômenos como ciclones tropicais, furacões e ciclones extratropicais", conclui Marengo.
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Publicada por: RBSYS
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